Depoimento de Marino Ferrari a Leonardo Ferrari, em sua casa de Vinhola, Itália, julho de 1994, sobre seu avô Valentino Cesare ou Valente Ferrari. Agradeço a meu filho Bernardo o imenso, demorado e cansativo trabalho de edição deste trecho do vídeo e sua conversão para que pudesse aparecer aqui. O vídeo pode ser visto em tamanho e cores melhores no endereço http://www.youtube.com/watch?v=BONIPlfV4h4&feature=relmfu
“Eu sou Marino Ferrari, filho de Luigi. O pai de Luigi se chamava Valente, de profissão sapateiro, isto é, ele fazia sapatos na casa dos camponeses, porque naquela época era costume ir a até a casa deles para fazer sapatos. Se começava a trabalhar de manhã, logo após o café. Ao meio-dia ele almoçava na casa dos camponeses, porque não tinha o que comer em casa, por causa da miséria em que se vivia. Após o almoço, se trabalhava até de noite. À noite, se jantava. Porém, no costume da época, se devia trabalhar depois do jantar, no escuro, à luz de algumas poucas velas – não existia luz elétrica – e enquanto ficasse acesa uma vela de mais ou menos trinta centímetros. Quando acabava a vela, acabava o dia de trabalho. Ora, meu avô me contava, e eu era um menino na época, que ele metia areia no pavio da vela para que a vela queimasse mais rápido. Assim, quando a vela acabava, este pobre homem podia voltar para casa – ele já havia comido e bebido água na casa dos camponeses – pois vinho não havia ali – dada a miséria que existia naquele tempo”.
Tradução de Leonardo Ferrari.
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