quinta-feira, 19 de abril de 2012

LINHA DO TEMPO

Sigmund Freud, c. 1930. Fotografia do Museu Sigmund Freud em Londres.

Em novembro de 1899, Sigmund Freud publicava, em Viena, “A Interpretação dos Sonhos”. Seu editor quis que a data da publicação fosse 1900. Tratava-se de sua 45ª. pesquisa e a 1ª. a tratar exclusivamente da psicanálise, uma nova ciência, uma nova ética, uma nova prática para um novo século. O século XX iniciou com “A Interpretação dos Sonhos” e pode-se dizer que terminou com “O Mal-Estar na Civilização”, sua obra de 1930, onde faz um diagnóstico bastante preciso sobre os tempos que viriam depois. Não é seguro que meu avô tenha lido Freud – porém com certeza leu notícias sobre Freud. De qualquer modo, ele não ficaria surpreso em saber sobre o inconsciente, em saber que não somos quem pensamos ser, não fazemos o que queremos, e, quando conseguimos fazer algo parecido, logo colocamos a perder o que tão arduamente foi alcançado. Nem ele foi o primeiro a sofrer isso na própria pele, nem ele foi o último. Freud descobriu aquilo que cotidianamente nos esforçamos em manter encoberto – nossa divisão subjetiva. Ali onde pensávamos ser uma unidade, somos uma partição, somos despedaçados, somos o que Narciso se recusa a olhar. O novo século que se iniciava não aceitaria isso de jeito nenhum. Tampouco o seguinte.

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