quinta-feira, 19 de abril de 2012

LINHA DO TEMPO

Sigmund Freud, c. 1930. Fotografia do Museu Sigmund Freud em Londres.

Em novembro de 1899, Sigmund Freud publicava, em Viena, “A Interpretação dos Sonhos”. Seu editor quis que a data da publicação fosse 1900. Tratava-se de sua 45ª. pesquisa e a 1ª. a tratar exclusivamente da psicanálise, uma nova ciência, uma nova ética, uma nova prática para um novo século. O século XX iniciou com “A Interpretação dos Sonhos” e pode-se dizer que terminou com “O Mal-Estar na Civilização”, sua obra de 1930, onde faz um diagnóstico bastante preciso sobre os tempos que viriam depois. Não é seguro que meu avô tenha lido Freud – porém com certeza leu notícias sobre Freud. De qualquer modo, ele não ficaria surpreso em saber sobre o inconsciente, em saber que não somos quem pensamos ser, não fazemos o que queremos, e, quando conseguimos fazer algo parecido, logo colocamos a perder o que tão arduamente foi alcançado. Nem ele foi o primeiro a sofrer isso na própria pele, nem ele foi o último. Freud descobriu aquilo que cotidianamente nos esforçamos em manter encoberto – nossa divisão subjetiva. Ali onde pensávamos ser uma unidade, somos uma partição, somos despedaçados, somos o que Narciso se recusa a olhar. O novo século que se iniciava não aceitaria isso de jeito nenhum. Tampouco o seguinte.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

MARIO FERRARI

Missano, via Fontanazzo, Zocca. Fotografia de Primo Masotti em 10 de junho de 2009. A árvore é uma castanheira.

Mario Ferrari nasceu em 22 de maio de 1899, no município de Zocca, província de Módena. Foi o segundo filho de Valentino Cesare Ferrari e de Carolina Notari.

terça-feira, 17 de abril de 2012

MULTIPLICAÇÃO


Árvore genealógica da família Ferrari elaborada por Belkiss e Bernardo Ferrari. Clique na imagem para ampliá-la.

Valentino Cesare Ferrari, filho de Marco Giovanni Ferrari e de Maria Flandi, e Carolina Notari, filha de Giovanni Notari e de Angela Gherardi, tiveram cinco filhos: Armando, Mario, Tereza, Luigi e Pietro. 

Iniciava assim a origem de quatro novas famílias:

1. Armando se casou com Irma e tiveram quatro filhos: Antonio, Guido, Ettore e Emilietta.
2. Mario se casou com Angiolina Franceschini e tiveram onze filhos: Rigoleta Madalena, Fermino, Valentino, Rafael, Carlos, Aquiles, Mário Augusto, Norma, Branca Teresinha, Maria Helena e Jorge.
3. Tereza se casou com Emílio Venturelli e tiveram seis filhos: Erio, Inês, Bruna, Remiggio, Remo e Astro.
4. Luigi se casou com Emma Montanari e tiveram três filhos: Ada, Marino e Maria.
5. Pietro não se casou.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

MATEMÁTICA

“Il borgo di Savignano sul Panaro” [o burgo de Savignano sul Panaro] por Silena Lambertini in Panoramio, consultado em 15 de abril de 2012.

Valentino Cesare Ferrari, da Casa de Cervara (1) para Rosola (2), de Rosola para Zocca (3), de Zocca para Rocca Malatina (4), de Rocca Malatina para Montetortore (5), de Montetortore para Savigno (6), de Savigno para Savignano sul Panaro (7), de Savignano sul Panaro para Vignola (8).

 
Do ponto um para o ponto dois, a queda – seu irmão padre usava uma bengala. Ele, sapateiro, interessado nos pés e nos passos, no andar e no prosseguir, mesmo coxeando, mesmo com a perda inscrita na carne – marca de pertença. Do dois para o três, a adição, os encontros que se dão a céu aberto, noites claras, as colinas de Carolina, geografia íntima e estranha, jeito de Cervara, as mãos que pintam e bordam, e aí, do três ao quatro, a pedra no meio do caminho – uma subtração? Uma divisão? Rocca, rocha, a pedra dura, Rocca malata, a rocha doente, rocha dolorosa, obstáculo maior, a dureza e a aspereza, o incontornável limite, o avanço impossível, e então a visão das paralelas, a linha outra do cinco, cinque, ele dizia tchinquê, tim-tim por tim-tim, a montanha dos tortos, a vertigem dos que se sabem falhos, desorientados, e erram na subida, erram na descida, tropeçam de repente numa via impensada, imprevista, um dia de cada vez, de um ponto a outro, ao redor, em volta do rio, rumo ao desrumo do ponto seis, pontos cruzados, como as palavras, pontos desalinhados – quem disse que a vida é em linha reta? – pontos distantes, longínquos, além da névoa, e daí de volta, o chamado do rio, a saudade, os dois pontos, o sete e o oito, sobre o Panaro, ao lado do Panaro, dentro do Panaro, através do Panaro, para o derradeiro fim, o retorno amniótico ao ventre da montanha – pó, ossos, S.O.S., só.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

ITINERÁRIO



As cidades onde morou e viveu Valentino Cesare Ferrari. Adaptação de Belkiss Ferrari sobre o mapa da Comunità Montana Appennino Modena Est, no site http://www.turismo.montana-est.mo.it/sentieri/carta3.htm, consultado em 29 de fevereiro de 2012.

Valentino Cesare Ferrari, da Casa de Cervara (1) para Rosola (2), de Rosola para Zocca (3), de Zocca para Rocca Malatina (4), de Rocca Malatina para Montetortore (5), de Montetortore para Savigno (6), de Savigno para Savignano sul Panaro (7), de Savignano sul Panaro para Vignola (8).

quinta-feira, 12 de abril de 2012

PARA ELA

Carolina Maria Notari Ferrari, esposa de Valentino Cesare Ferrari ou Valente Ferrari. O filho deles, Mario, trouxe consigo da Itália uma pequena fotografia da mãe que, em Passo Fundo, na Photo Moderna de B. D’Agnoluzzo, ele ampliou e emoldurou. Essa fotografia decorou a sala de visitas das casas de Passo Fundo e depois Carazinho. Agradeço à tia Maria Helena a gentileza do acesso a este retrato. 

Para todos, Valente fazia sapatos.
Para Carolina, ele fez caminhos.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

A CAMINHO DE CERVARA

Depoimento de Ester Ferrari a Leonardo Ferrari, em sua casa de Vinhola, na Itália, em julho de 1994. Agradeço a meu filho Bernardo o magnífico trabalho de edição deste trecho do vídeo e sua conversão para que pudesse aparecer aqui. O vídeo pode ser visto em tamanho e cores melhores no endereço http://www.youtube.com/watch?v=6s6LebWTASE&feature=relmfu
 
“Até aqui falei da pesquisa sobre o nascimento de Luigi e dos outros filhos do nono Valente. Aí, estávamos muito curiosos para saber onde havia nascido Valente, porém não conseguíamos descobrir, porque diziam que ele havia nascido em Zocca, mas a comuna de Zocca tem muitas paróquias e paesinos [aldeias], com suas pequenas casas e igrejas, entre as quais Missano, Montalbano, Monteombraro, Ciano e todos os seus paesinos. Fomos até o padre Sérgio, no santuário de Verrucchia, para começar a pesquisa, e de lá até a igreja de Montalbano. Folheamos diversos livros de batismo, porém Valente não estava registrado lá. Aí fomos até o padre Ivo, na igreja de Missano, e lá tampouco encontramos o registro de Valente Ferrari. Aí fomos a Monteombraro, mas também lá não havia registro de Valente Ferrari. Restava Ciano e Rosola. Assim, voltamos ao padre Sérgio e começamos a folhear o livro [de batismo da igreja San Leonardo de Rosola] e tivemos muita sorte. Encontramos o ano de nascimento de Valente e, com Valente, encontramos todos os seus irmãos e irmãs, inclusive a data de nascimento de seu pai [Marco], toda a história do nascimento deles. Na paróquia daquela época existia um outro livro, o Livro das Almas, e neste livro se encontrava o estado da família [um registro do casal e de seus filhos indicando a região onde moravam]. Padre Sérgio nos deu uma fotocópia do estado da família de Marco [fotocópia já reproduzida neste livro]. A primeira coisa [deste estado da família] é que Marco nasceu em Rosola, na casa de Cervara – não. Me retifico. Mario se casou em 1830 com Maria Flandi e aí foram morar em Cervara até sua morte, onde nasceram todos os seus filhos, dentre os quais Valente. Aí ficamos curiosíssimos em saber onde se localizava esta casa. Tivemos uma pequena pista de que a casa se localizava próxima ao rio Panaro até que, um belo dia, quando chegou Leonardo com sua mulher e filha na Itália, fomos até o padre Sérgio e lhe pedimos informações mais precisas para chegar à casa de Cervara. Ele nos indicou o campanário [o homem que cuidava e tocava os sinos da igreja, Anselmo Biagini], que há cinquenta anos vivia naquela região e conhecia casa por casa de lá. Ele gentilmente nos acompanhou para encontrar esta bela casa, numa belíssima colina, com uma vista maravilhosa, onde à frente se descortinava Verica, onde nasceu a mulher de Marco, Maria Flandi, e onde à volta se vê todo o vale do Panaro – foi uma emoção maravilhosa, indescritível, e que agora pode ser contada também por Leonardo.”
Tradução de Leonardo Ferrari.

terça-feira, 10 de abril de 2012

DE ALDEIA EM ALDEIA

Depoimento de Ester Ferrari a Leonardo Ferrari, em sua casa de Vinhola, na Itália, em julho de 1994. Agradeço a meu filho Bernardo o generoso trabalho de edição deste trecho do vídeo e sua conversão para que pudesse aparecer aqui. O vídeo pode ser visto em tamanho e cores melhores no endereço http://www.youtube.com/watch?v=W8JkiNFiXTA&feature=relmfu

“Eu e Marino começamos a procurar toda a origem da família Ferrari. Começamos pela comuna de Savignano [sul Panaro], pois ali viveu Valente e também seu filho Luigi. No município de Savignano nos disseram que Luigi Ferrari tinha nascido em Guiglia, enquanto que Valente Ferrari tinha nascido em Zocca. Com estes dados, fomos a Guiglia, porém não sabíamos o dia em que nasceu Luigi, o pai de Marino. Chegamos a Guiglia e lá nos deram a data precisa e a hora em que nasceu Luigi e também o número da casa e o nome da  rua em que morou. Aí fomos fazer a pesquisa do local onde ele havia sido batizado. Fomos até a igreja de Guiglia, porém ali não havia nenhum Luigi Ferrari batizado. Soubemos então de três outras aldeias vizinhas dali que poderiam ser o lugar de batizado de Luigi. Em uma delas, na [igreja] canônica de Rocca Malatina, encontramos o dia do nascimento e do batismo de Luigi Ferrari, inclusive de suas quatro irmãs, dentre elas, Tereza, a mãe de Remo Venturelli. Depois procuramos Armando, Pietro e Mario, os outros irmãos de Luigi. Andamos em várias paróquias. Em Monteorsello localizamos Armando e Pietro, mas não Mario – também não localizado em Rocca Malatina. Fomos a Zocca, onde soubemos que Mario nasceu na paróquia de Montetortore, pois Valentino havia se transferido de Rocca Malatina a Montetortore e ali viveu de 1856 a 1901. Mario nasceu em 1899. De Montetortore, com toda a família, Valentino se transferiu para Savigno, na província de Bolonha, não muito longe de Zocca. De Savigno, ele se transferiu para Savignano [sul Panaro], onde viveu até 1919/20, e depois moraram em Vinhola, na via Canteli, número 12. Ali viveram com a nona Carolina e com Mario – ali nasceram Rigoleta e Fermino.”
Tradução de Leonardo Ferrari.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

SAPATEIRO

Depoimento de Marino Ferrari a Leonardo Ferrari, em sua casa de Vinhola, Itália, julho de 1994, sobre seu avô Valentino Cesare ou Valente Ferrari. Agradeço a meu filho Bernardo o imenso, demorado e cansativo trabalho de edição deste trecho do vídeo e sua conversão para que pudesse aparecer aqui. O vídeo pode ser visto em tamanho e cores melhores no endereço http://www.youtube.com/watch?v=BONIPlfV4h4&feature=relmfu

“Eu sou Marino Ferrari, filho de Luigi. O pai de Luigi se chamava Valente, de profissão sapateiro, isto é, ele fazia sapatos na casa dos camponeses, porque naquela época era costume ir a até a casa deles para fazer sapatos. Se começava a trabalhar de manhã, logo após o café. Ao meio-dia ele almoçava na casa dos camponeses, porque não tinha o que comer em casa, por causa da miséria em que se vivia. Após o almoço, se trabalhava até de noite. À noite, se jantava. Porém, no costume da época, se devia trabalhar depois do jantar, no escuro, à luz de algumas poucas velas – não existia luz elétrica – e enquanto ficasse acesa uma vela de mais ou menos trinta centímetros. Quando acabava a vela, acabava o dia de trabalho. Ora, meu avô me contava, e eu era um menino na época, que ele metia areia no pavio da vela para que a vela queimasse mais rápido. Assim, quando a vela acabava, este pobre homem podia voltar para casa – ele já havia comido e bebido água na casa dos camponeses – pois vinho não havia ali – dada a miséria que existia naquele tempo”.
Tradução de Leonardo Ferrari.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

CASAMENTO

Fotografia do irmão de Valentino Cesare Ferrari, provavelmente Pietro Giacomo. Fonte: álbum da família Venturelli, filmado e fotografado por Belkiss Ferrari em julho de 1994.

Na falta de uma fotografia de Valentino Cesare Ferrari, fiquemos com esta de seu irmão padre. Provavelmente trata-se de Pietro Giacomo, o único dos filhos de Marco Giovanni e de Maria Flandi a ser registrado como “studente”, estudante. Esta fotografia única, raríssima, encontra-se no álbum da família Venturelli. Nem os primos Remo nem Rino souberam identificar o nome dele. Só sabiam tratar-se de um dos irmãos de Valente Ferrari.
Quem sabe não foi este irmão quem oficiou o casamento de Valentino Cesare com Carolina Maria Notari? Se non è vero, è ben trovato.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

BATIZADA RAPIDAMENTE

Fotografia de Francesca Cambi, na França. Cortesia Getty Images.

Carolina Maria Notari está registrada no livro de batismo nº 689 da paróquia de Ospitaletto de Marano sul Panaro.

 
“7/5/1860
Carolina Maria filha de Giovanni di Pietro [o avô paterno de Carolina] e del Angela del fu [falecido] Pietro Gherardi [seu avô materno], legitime consorti de questa paroquia [casal desta paróquia], nata questa matina ad uma hora ed stata solenemente batisata da meso sotto scritto questa matina alle ora dieci [nascida nesta manhã à uma hora e batizada subitamente nesta manhã – a referência ao “subitamente” é porque as crianças tinham uma grande probabilidade de morrer logo ao nascer nesta época].
Padrinho: Josué Badialli e Carolina Leonelli de questa paroquia.
Pároco: Vandelli Giuseppe”

terça-feira, 3 de abril de 2012

CAROLINA

A dança do pezinho interpretada pelo Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Lanceiros de Santa Cruz no Rodeio de Campo Bom de 2011 do CTG M’Bororé, em Campo Bom, Rio Grande do Sul, Brasil.

Um dia ela botou seu pezinho bem juntinho do dele. Talvez ele tenha lhe oferecido um conserto, talvez ela tenha lhe mostrado o que não andava bem. O nome dele: Valentino Cesare Ferrari. O nome dela: Carolina Notari.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

PASSO A PASSO

Anúncio da marca Valentino in La Repubblica, 3/11/2010.
 
Valentino Cesare Ferrari, filho de Marco Giovanni e de Maria Flandi, nasceu em 14 de fevereiro de 1848. Quando será que se tornou sapateiro? Por que se interessou por sapatos? Com um irmão padre – provavelmente se trata de Pietro Giacomo, o único dos filhos de Marco registrado como “studente”, estudante, condição indispensável para ler a Bíblia – e com outro irmão carabinière, policial – qual deles? Quem sabe tenha sido o mais novo, Marco Domenico – Valentino foi levado à escolha de trabalhar com o ofício de sapateiro. Cabe registrar mais uma vez a tradição nesta família de se ocupar com aquilo que viria a se transformar, quase um século depois, em um dos principais produtos de exportação italiana para o mundo. Se com Marco Giovanni se produzia o presunto cru e o Parmigiano Reggiano, Valente dava continuidade à incrível tradição italiana da manufatura, do fazer com as mãos, dia a dia, fazer sapatos à medida de cada um, consertar os sapatos daqueles que jamais poderiam comprar ou mandar fazer outros ao longo de uma vida – de uma gente em que um par de sapatos deveria durar para sempre. Valentino Cesare mediu esses pés, escutou seus donos, acolheu suas queixas e, de martelo nas mãos, fixou o couro, deu-lhe um tratamento especial, modelou-o, fez dele uma casa, um descanso, um apoio para quem dele precisou. Valentino Cesare Ferrari, ferreiro sapateiro. Longe de Cervara, à procura de Cervara, passo a passo na estrada da vida. 

domingo, 1 de abril de 2012

VALENTE

Mario Ferrari deu a um de seus filhos o nome de seu pai, Valentino. Este deu a um de seus filhos o nome do avô, César. Isso responde à pergunta sobre o fato de Mario falar a seus filhos de seu pai – não só falou, como homenageou o próprio pai no filho.
 
Curioso é que em uma certidão de batismo de Valentino Cesare, onde ele aparece com toda a família de Marco Giovanni em Cervara, seu nome está registrado como Valentino Ferrari. Como foi aparecer um “Cesare” mais tarde em outra certidão de batismo dele, aquela destinada a registrar a sua família? Na primeira certidão, houve um esquecimento do padre-escrivão? Como provavelmente ele foi batizado muito tempo depois do nascimento – e não se sabe por que – pode também ter sido um esquecimento de quem o batizou – talvez de uma de suas tias que o teria levado ao batismo, ou dos próprios pais. Por outro lado, teria depois, na segunda certidão, o próprio Valentino acrescentado Cesare a seu nome?

 
Mais intrigante é que, na certidão de nascimento de Mario Ferrari, seu pai aparece como “Valente Ferrari”. Não é mais Valentino nem Cesare. Teria ocorrido aí uma espécie de abreviatura do nome operada pelo escrivão? Ou teria sido obra do próprio Valentino esta nova surpresa?

 
Mistérios misteriosos.