Ariel Ferrari aos 18 anos em Nápoles, na Itália, com o time de futebol de salão Napoli Barrese [Ariel esclarece: Napoli, por causa da cidade e Barrese por causa do bairro Barra, local de origem do time], na comemoração de campeão da Copa Itália – Profissionais, em fevereiro de 2007. Ariel é filho de Cesar Mario e de Solange Fátima, neto de Valentino e Noêmia, e bisneto de Mario e Angelina.
Em meados de 2006, em Carazinho, Ariel recebeu a proposta para ir jogar futebol de salão na Itália. Ele, que começou a jogar aos seis anos, em Carazinho, no Pinheiro Atlético Clube, que depois aos 17 foi jogar em Espumoso, no Guarany, eis que se viu diante de uma decisão. Fazer o caminho inverso de seu bisavô, Mario. Lá foi, com seus pés, escrever uma história, driblar os estorvos, passar, receber, fintar, marcar, cabecear, chutar, fazer gols, conduzir, dominar a bola. É dessa forma que ele escreve também cartas. Com os pés. Passe a passe. De Carazinho para Nápoles, de Nápoles para Cagliari, de Cagliari para Carazinho. Um Ferrari. Uma observação final: para um psicanalista, o mais lindo aqui é o fato do trineto de Valente Ferrari, pai de Mario e avô de Valentino, ter sido tocado, quatro gerações depois, pelo significante da profissão do trisavô, que foi sapateiro. Um homem voltado aos pés. Só que desta vez, como pivô, atacante, goleador de um time de futebol de salão. Que isso retorne, sem que Ariel se dê conta, quatro gerações depois, demonstra a força do inconsciente, o conceito fundamental inventado por Freud, ou seja, a força daquilo que passa pelas palavras ditas sem querer, faladas sem saber, mas que sempre chegam ao seu destino, como uma carta, com a diferença de que o emissário dela não sabe que é emissário, tampouco o destinatário sabe que a recebeu. No entanto, ela foi enviada e ela foi recebida. Carta de família.
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